domingo, 8 de maio de 2011

Dia especial - Apresentação do meu trabalho

Nos dias 6 e 7 de maio, ocorreu no Recife, a II Clínica Internacional de Futebol. Para mim foi uma maravilhosa oportunidade de apresentar o trabalho que fiz com o Fisiologista e os preparadores físicos do Sport Club do Recife.

Abaixo segue o resumo do trabalho.

PERDA HÍDRICA NO FUTEBOL
****Gama Carolina, ***Martins Lauro, ***Junior Edvaldo, ***Ferreira Guilherme e **Vero Hugo, *Inaldo Freire Cavalcanti,
****Preparadora Física do Ibis, ***Preparador Físico do Sport Recife, **Estagiário da preparação física do Sport Recife, *Fisiologista do Sport Recife.

INTRODUÇÃO:

O futebol é um esporte que abrange todas as camadas populares, sendo considerada uma “paixão nacional”. No entanto, caracteriza-se por esforços intermitentes que alternam atividades de altas e baixas intensidades. Segundo (FLECK; KRAMER, 1999), observa-se que durante uma partida de futebol, os jogadores realizam 1000 a 1200 alterações discretas de movimento durante o jogo, elevando o gasto energético total da atividade. 

A partir disso, estudos sugerem que futebolistas profissionais percorrem de 9 a 14 km, sendo que a distância média percorrida em uma partida nacional ou internacional é de cerca 10 km. Durante um jogo, a freqüência cardíaca (FC) é superior a 150bpm, com taxas de 85% do consumo máximo de oxigênio em dois terços da partida. Dada a natureza do futebol, isso corresponde a 80% do VO2máx. A freqüência cardíaca de 80% do VO2máx pode ser explicado pela natureza do exercício intermitente, no caso do futebol, elevando a temperatura corporal do jogador. 

Autores acreditam que a produção de energia proveniente do sistema aeróbio parece suprir 80-90% da demanda energética durante uma partida de futebol. Portanto, é extremamente recomendado tornar o sistema oxidativo-aeróbio mais eficiente através do aperfeiçoamento do treinamento. O aumento da atividade muscular acarreta uma maior produção de calor no organismo, que é eliminado em parte, pelo suor. A taxa de suor de um atleta dependerá de algumas variáveis como superfície corporal, intensidade do exercício, temperatura ambiente, umidade e aclimatação.   

A transpiração (suor) é uma resposta fisiológica importantíssima que limita o aumento da temperatura central do corpo, colocando água na pele para sua evaporação. Contudo, se esta perda de líquido não for compensada com a ingestão de fluidos, promoverá um processo de desidratação, com conseqüente deterioração da regulação da temperatura, do rendimento e possivelmente da saúde. A importância de assegurar a ingestão adequada de líquidos, pode garantir a performance e reduzir os riscos de problemas associados ao calor. A atividade física associada ao estresse do calor impõe um desafio significativo para o sistema cardiovascular. Sempre que líquidos são perdidos através do suor mais rápido do que são repostos, a pessoa se encontra em um processo de desidratação. 

A hipohidratação (baixo nível de liquido corporal), tem um impacto progressivamente negativo no desempenho do exercício, havendo redução da potência aeróbia máxima e diminuição do tempo de fadiga em intensidade sub-máximas. Pois o estresse do exercício é acentuado pela desidratação, que aumenta a temperatura corporal, prejudica as respostas fisiológicas e o desempenho físico e produz riscos para a saúde. Estes efeitos podem ocorrer mesmo que a desidratação seja leve ou moderada, com até 2% de perda, agravando-se à medida que ela se acentua. Com 1 a 2% de desidratação inicia-se o aumento da temperatura corporal em até 0,4oC para cada percentual subseqüente de desidratação. 

Em torno de 3%, há uma redução importante do desempenho; com 4 a 6% pode ocorrer fadiga térmica; a partir de 6% existe risco de choque térmico, coma e morte. Assim, os atletas devem iniciar uma partida bem hidratados. Pois a ingestão de uma grande quantidade de líquidos antes da mesma, favorece um estado de hiperhidratação. A hiperhidratação protege contra o estresse térmico, porque retarda a desidratação, aumenta a transpiração durante o exercício e minimiza a elevação da temperatura central do corpo, contribuindo para um melhor desempenho.  

OBJETIVO:

O presente trabalho tem como objetivo descrever as perdas de peso relacionada a perda hídrica para acrescentar à literatura dados adicionais sobre a importância da hidratação em situação esportivas, especialmente do jogador profissional de futebol. 

MATERIAL E METODO:

Para isso foi monitorado o peso das atletas de futebol profissional do Sport Club do Recife, antes e logo depois de três partidas do Campeonato Pernambucano de 2011 com uma balança antropométrica digital da marca filizola com precisão de 50g, onde os atletas fizeram ingestão de 250 a 500ml de água duas horas antes do jogo e 400ml de água e isotônico no intervalo da partida.

RESULTADO:

A amostra foi composta apenas dos atletas que não foram substituídos durante a partida, o resultado foi uma perda média de 2 até 3 kg, corroborando com outros autores como GUERRA, SOARES, BURINI, 2001.

CONCLUSÃO:

A hidratação é de fundamental importância para o rendimento do atleta e às vezes isso é negligenciado, seja por mitos ou desconhecimento da matéria. É essencial que façamos o controle do peso antes e depois das partidas para que relacionando com perdas hídricas possamos fazer as devidas tomadas de decisões e orientar melhor os atletas.

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